06/04/10

“Caixa de surpresas”


Fernanda Silva é, aos 36 anos, um dos rostos do Futebol Feminino do Boavista. Com uma longa carreira, iniciada aos 17 anos, Nanda – nome pelo qual é conhecida – começou pelo Futsal, onde passou por clubes como o Guilhufe, o Duplo R, o Miramar Futsal Clube, o Valadares e o Arreigada.

Depois de ter ganho tudo o que havia para vencer no Futsal – com a conquista de diversos títulos nacionais e distritais –, Nanda optou por apostar no Futebol, tendo estado três épocas no Lobão, antes de chegar ao emblema do seu coração, o Boavista, onde se mantém desde 2004.

Apaixonada como poucos pela agremiação “axadrezada”, Fernanda Silva aguarda com enorme expectativa a terceira final da Taça de Portugal do seu currículo, com o desejo de conquistar o primeiro título ao serviço do Boavista. Ao fpf.pt, Nanda reconhece dificuldades e mostra-se orgulhosa por ter apontado o golo que colocou a formação do Bessa na final.



fpf.pt: Depois de já ter perdido duas finais da Taça pelo Boavista, acredita que a história será diferente no jogo de sábado, no Jamor?

Nanda: Espero bem que sim. Esta final da Taça é, antes de mais, um presente para o Boavista e para as suas atletas, numa época em que construímos uma equipa praticamente de raiz, com muita juventude e uma larga margem de progressão. A expectativa é grande e penso que esta final vai ser uma autêntica caixa de surpresas, com o jogo a depender da conjunção de muitos aspectos, entre os quais a sorte. Não há vencedores, nem derrotados antecipados, mas reconheço, igualmente, que 1º de Dezembro parte em vantagem, principalmente pela maior experiência que as suas jogadoras possuem. Sabemos que vai ser muito complicado, até porque nos últimos anos o 1º de Dezembro tem dominado o Futebol Feminino Português em toda a linha, mas nós vamos lutar até à árbitra apitar para o final do jogo.


fpf.pt: O que poderá, então, o Boavista fazer para ficar mais perto da vitória?

Nanda: Teremos de jogar com uma grande garra, enorme querer e muita atitude. Em finais da Taça, já vimos grandes clubes perder e equipas teoricamente mais fracas ganhar – e não estou a dizer com isso que o Boavista é inferior ao 1º de Dezembro, porque estou a recordar-me do jogo que fizemos em Sintra, na segunda mão do Campeonato, em que perdemos por 0-1, mas que nos últimos 15 minutos o 1º de Dezembro defendeu com 11 jogadoras atrás da bola. Por outro lado, o Boavista tem do seu lado a garra característica dos portuenses. Espero que a final seja um dia em que as coisas corram bem ao Boavista e menos bem ao 1º de Dezembro.


fpf.pt: A Nanda apontou o golo que colocou o Boavista na final, no jogo das meias-finais, com o Cadima. Que sentimentos foram despertados com esse golo?

Nanda: Esse é um jogo que ficará para sempre na minha memória. Esse golo, por ter sido apontado no Estádio do Bessa, que – para mim – tem algo de mítico e especial, provocou uma sensação muito boa, fantástica e uma alegria enorme. Gostava muito de repetir esta sensação no Jamor, mas sinceramente se não for eu a marcar que seja qualquer outra colega, nem que seja a guarda-redes ou que beneficiemos de um auto-golo.


fpf.pt: A realização da final no Estádio Nacional será um factor importante?

Nanda: Acredito que a final no Jamor será um factor de motivação adicional. A própria Taça de Portugal é imediatamente associada ao Estádio Nacional e faz sentido que no feminino isso também aconteça. Mas, sinceramente, o que eu queria mesmo era ganhar a Taça. No fundo, espero que seja um bom jogo, que vença o melhor e que esse melhor seja o Boavista.


Fonte: FPF

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