07/04/10

“Dar tudo”


Sandra Silva é um caso sério de amor ao Boavista. A Figo – alcunha que a acompanha desde os primeiros passos dados no clube – está no Bessa há quinze épocas consecutivas e é um dos símbolos do Futebol Feminino “axadrezado”, não causando, por isso, surpresa que envergue a braçadeira de capitã.

Nascida a 17 de Janeiro de 1975, a médio ofensiva boavisteira começou a carreira aos 17 anos no Académico de Espinho, tendo depois passado pelo Argoncilhe e Lobão, antes de se fixar no emblema portuense.

Numa carreira que conta com dois títulos de campeã nacional, ao serviço do Boavista, Figo representou durante perto de 11 anos a Selecção Nacional, tendo realizado um total de 83 jogos, três dos quais como capitã, e marcado um golo. “Foi o concretizar de um sonho poder envergar a camisola de Portugal e acabaram por ser os anos mais felizes da minha carreira como atleta, durante os quais vivi muitos bons momentos”, confidencia.

A poucos dias de disputar a sua terceira final da Taça, Figo revela, em entrevista ao fpf.pt, que o encontro do próximo sábado, no Estádio Nacional, frente ao 1º de Dezembro, terá um sabor especial e assume a ambição do Boavista em quebrar um jejum de 12 anos sem a conquista de títulos no Futebol Feminino.


fpf.pt: Com que expectativas parte o Boavista para a Final da Taça do próximo sábado?

Figo: O 1º de Dezembro é uma equipa mais experiente, que nos últimos anos tem ganho de forma consecutiva o título de campeã nacional e já tem quatro Taças de Portugal. O Boavista, por seu lado, renovou esta época o plantel, com a saída de muitas atletas e a entrada de jogadoras jovens, com pouca experiência ou maturidade e, algumas delas, que estão mesmo pela primeira vez a jogar futebol…



fpf.pt: Presume-se, então, que atribua o favoritismo ao 1º de Dezembro…

Figo: Olhando a esta realidade diria que sim, mas nós vamos ter uma palavra a dizer e vamos dar tudo por tudo para vencer. Esta equipa do Boavista tem revelado ao longo da época uma melhoria substancial e espero que isso se reflicta no sábado.



fpf.pt: Que “armas” pode apresentar o Boavista para sair do Jamor com o troféu?

Figo: Temos de lutar muito, ser humildes e trabalhar durante os 90, ou mais, minutos de jogo. O Boavista tem de correr mais que o adversário e – perdoe-se-me a expressão – “comer a relva” para levar de vencido o 1º de Dezembro. Os factores que podem fazer desequilibrar a partida são a inexperiência a que já me referi, o nervosismo ou a ansiedade das nossas atletas que nunca atingiram uma final e que podem influenciar negativamente o rendimento da equipa. Quanto ao resto, não há qualquer tipo de receios. Queremos trazer a Taça para o Porto!



fpf.pt: Seria um feito importante também para o clube…

Figo: Para o Boavista, ganhar esta Final da Taça representaria o regresso aos triunfos, 12 anos depois da última conquista. Para quem viveu as dificuldades que sentimos durante o início da época, a vitória na Taça seria um prémio justo, não só para estas atletas, como também para o próprio clube que – como se sabe – atravessa um período menos positivo, que se reflecte em todas as modalidades.



fpf.pt: Erguer a Taça de Portugal num palco como o Estádio Nacional será de alguma forma especial?

Figo: Sim, sem dúvida. Já participei em duas finais da Taça, mas jogar no Jamor tem outro sabor para qualquer atleta. Sendo a primeira vez que isso acontece no Futebol Feminino é algo de extraordinário e muito importante. Mesmo no balneário, com as minhas companheiras, já falámos sobre isso e concordamos que será uma experiência fantástica e muito motivadora.
 
 
Fonte: FPF

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